terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dica.

Eu acho incrível a capacidade de agrupamento das moléculas. Uma única solitária reconhece em outra a característica que lhe falta para, então, formar uma substância. Um oxigênio – O – encontra outro oxigênio – O – e juntos eles formam uma “molécula de ar” – O2. Desse ponto em diante ela não se desfaz nem se agrupa com nada mais. Pronto. Os oxigênios estão completos.

Queria que fôssemos como as moléculas, satisfeitas e felizes com o marasmo e a tranqüilidade de ser simples sim, mas por inteiro.

Mas nada é tão fácil e nós não somos tão fáceis assim. Não suportamos a calmaria desse “por inteiro” porque não reconhecemos como é incrível a sensação de completude quando ela finalmente dá o ar da graça. Isso agita a mente, o corpo, o espírito. Não...somos realistas de mais e visionários de menos. Somos todos em preto e branco e não gostamos que cor nenhuma atrapalhe a segurança da fortaleza que criamos para nos proteger do mundo, não gostamos que cor nenhuma respingue na armadura que vestimos para mostrar o quão forte somos. E somos tão fortes, não é? Não! Mentira! Ninguém é tão forte assim. Ninguém é tão auto-suficiente. Podemos ignorar isso com vinte anos, mas acredite, veremos com quarenta. É aí que começa o problema. Quando não percebemos o quanto essa armadura nos impede de viver algo maravilhoso. Ou pior, quando percebemos tarde de mais. Dica: não espere o “tarde de mais”. Nada é perfeito. Pode até ser meio torto e nem tão empolgante assim...mas é maravilhoso. Estamos acostumados ao pessimismo. “Tudo o que é bom dura pouco.” “ Era bom de mais para ser verdade.” “Nada é para sempre.” “Antes tarde do que mais tarde.” O que aconteceu com o “e eles viveram felizes para sempre”? Ninguém mais acredita em eternidade por quê?

Porque aprendemos a viver em um mundo onde tudo é descartável, momentâneo, passageiro e substituível. Vivemos em um mundo onde relação alguma supera a falsa, completamente falsa, sensação de felicidade que temos quando estamos sozinhos, quando nossas escolhas e satisfações são só nossas. Que pena. Assim perdemos tanto...e é só na perda que finalmente percebemos. Dica: não perca. Não espere perder.

Construa, crie, sonhe, imagine. Veja além das nuvens. Não há que ser forte, há que ser flexível. A fortaleza pode ruir a qualquer segundo, a flexibilidade sempre te dá oportunidade de voltar a ser o que era antes. Entenda, ajude, aprenda a dividir e a se doar. Não seja intransigente. Reconheça menos as suas qualidades e ignore mais o defeito de quem está ao seu redor. Dê a devida importância a tudo o que te faz diferença. Dica: muitas vezes um abraço basta. Livre-se de tudo o que te faz mal. Descarte tudo o que te leva para baixo e te impede de crescer, um vício ou alguém. Seja mais carinhoso com quem te quer bem. Felicidade gera felicidade. Gentileza gera gentileza. Amor gera amor. Pessimismo gera pessimismo. Tristeza gera tristeza. Fale mais e faça mais. Não desista. Não desista até que todo o ar tenha fugido de seus pulmões. Nesse momento você poderá deitar sua cabeça no travesseiro com a certeza que tentou. Tudo.

Posso ser otimista e uma romântica incorrigível. Posso me doar muito, até doer. Prefiro aproveitar a delícia sem esperar ou me preocupar com a dor. Depois eu me resolvo com ela. Uma hora a dor adormece...acredite.

É...posso ser otimista de mais...mas se não fosse por mim, a otimista, o pessimista jamais saberia como ele é infeliz.

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