Ainda não sei muito bem como lidar com essa sensação. Acho que não sei nem nomeá-la. Talvez tenha sido o tempo. Ainda não sei.
Nada mais se move em câmera lenta e os dias passam rápido, bem mais do que eu gostaria, mas mesmo assim sem me incomodar. Prefiro a correria à inércia. Minha vida é outra e eu volto ao meu estado original, pouco a pouco. Não lembro ao certo como era ele - o estado - mas consigo sentir. Consigo sentir as moléculas se reagrupando dentro de mim numa sensação conhecida como o cheiro do cobertor que usava quando era criança. Tudo hoje é um pouco mais leve, mais sereno. Tenho meus medos e neuroses, mas, pensando bem, quem não tem?
Amo cada parte torta da minha vida, sem exceção. Das noites que passei em claro chorando de rir ou no chão do quarto, chorando de dor. Amo o caminho que trilhei ou que foi destinado a ser meu. Tenho alguns arrependimentos, mas muito poucos para mencionar.
Quero sorrir, pular, me embebedar com minhas amigas e assistir de camarote seus embaraços alcoólicos e, quem sabe, passar um pouco de vergonha também. Quero contar minha história e me inebria a possibilidade de criar muitas outras, porque agora eu sei que posso. Quero errar, chorar, aprender. Quero poder ser idiota de vez em quando sem me preocupar com o que o mundo vai dizer. Fui criada para ser um exemplo de conduta, passei minha vida inteira tentando fazer jus às expectativas de todos e, honestamente, acho que consegui. Mas minha melhor amiga me ensinou que fugir à regra é bom e que ninguém tem o direito de dizer que não posso, que não devo. Dica: é bom viver um pouco suas vontades e criar suas próprias expectativas quando ao que se deve ser.
Quero coisas simples, noites em claro e duas horas de sono. Quero amar minhas amigas e fazê-las felizes como elas me fazem. Quero ver a felicidade nos olhos dos meus pais quando me tornar uma bacharel. Quero fazer isso por eles porque eles fazem tudo por mim.
Tenho minhas próprias verdades, mas nem por isso deixo dedar créditos às dos outros. Não tenho tudo o que quero, mas tenho tudo que preciso e, acredite, isso já é muito. Hoje eu sou feliz. E se hoje eu sou feliz...
...quem pode me julgar?
Tempo...
ResponderExcluirAs vezes o vejo como bálsamo, outros como o pior dos inimigos, mas no fundo sei que ele é o único aliado e que os olhos embaçados no momentos da dor é que invertem radicalmente tal realidade.
Parece que já conseguiu abrir as portas para aquele em que ensaio há meses estender os braços.
Sentei para responder seu último comentário e para minha surpresa havia sido excluído. Não entendi. ?!
ResponderExcluirTalvez o conto que resolvi escrever no blog lhe pareça interessante. Talvez!
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