segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Que coisa é essa de sentir?

Que coisa é essa de sentir? Sentimos tudo, frio, calor, fome, saudade, tesão. Somos máquinas de hormônios prontos para agarrar qualquer coisa que instigue nossos sentidos, que desperte nossa curiosidade. Somos movidos pelo desejo, desejo de ter, de provar, de sentir.

Ignoramos todos os estudos de Aristóteles onde a razão predomina. Passamos batidos pela teoria de Platão sobre apenas contemplar. Buscamos a felicidade em instantes, e não em sua plenitude.

Somos momentaneamente felizes e constantemente incompletos. Os mais idealistas falam em enxergar longe, o horizonte. O horizonte é apenas onde seus olhos repousam, mais nada. O que muda de pessoa para pessoa é o que se enxerga. Onde seus desejos e anseios estão. Mas nós somos complexos (ou até mesmo burros) de mais para saber o que queremos. Estamos sempre insatisfeitos, sempre em uma busca desenfreada, procurando qualquer faísca de excitação que, no fim, se apaga, como todas as outras.

Quando tudo faz sentido, quando tudo dá certo, procuramos qualquer vestígio de erro, olhamos para o lado, desconfiados. Porque quando está tudo bem, damos um jeito de estragar, só para poder consertar...ou simplesmente porque, bem, no final, não era bem isso que queríamos.

E sentir é chato. Incomoda, dói, ás vezes até coça. Bagunça a mente, bagunça a alma, contradiz tudo o que sai da boca, renega todo o racional, manda para o espaço horas solitárias de auto-análise e te destrói em mil pedaçinhos.

Porque nada nunca é o suficiente. Porque queremos tudo e acabamos sem nada.

2 comentários:

  1. gostei do post! fiz um desses há um tempão atrás num blog onde eu só falava bobagem.

    contraditório?
    talvez, rs.

    ResponderExcluir
  2. Você e seus vômitos literários. Adoro o que vc escreve. Vc sabe disso.
    Aristóteles? Platão? Não sou dessas. Eu gosto de sentir. Incompleta ou não, sentir vale a pena. Não podemos, ou não devemos, nos deixar abater quando as coisas não saem como queremos. Devemos agradecer por ainda sermos capazes de sentir.

    Eu te amo.
    E tenho dito!

    ResponderExcluir