Foi um sábado normal, como qualquer outro, pelo menos para mim. Almocei, joguei cartas, preparei um cheesecake de goiabada e fiquei na sala com meus pais, ouvindo histórias de casamento, família, rindo de tragédias, aquela coisa toda. O interfone até tocou uma vez e lá foi minha mãe com a frase mais que pronta: "Não, não! Está tudo bem. Ninguém está brigando, Meu Deus! Só estamos conversando. Não precisa chamar a polícia!".
Depois de um dia agradável, meus pais decidiram sair. Oba! A casa só para mim!!!
A primeira coisa que me veio à mente foi: "Estou com fome". Mas isso já era de se esperar. Fui até a cozinha preparar um macarrão à carbonara, ignorando toda a dor de estômago que sentia a dias. Ah! Dane-se!!! Enquanto a massa fervia, aproveitei para tomar um banho. Servi uma taça de vinho branco, tomei um comprimido de omeprazol (estômago fraco, sabe) coloquei no som minha compilação mais que perfeita de Frank Sinatra e me demorei embaixo da água quente, com Frank e Chico (meu passarinho cult que se amarra em Sinatra) embalando minha noite solitária de sábado. Me despedi da água quente com certa relutância e disparei para o roupão branco de algodão fofinho.
Demorei um pouco demais, a massa passou do ponto...mas o molho estava delicisoso. Sentei no sofá e eu, Chico, meu canário cult, e Kevin, meu gato maluco, nos fazíamos companhia. Ah, claro...e Frank...ele é muito importante...sempre.
Acendi um cigarro e me deparei com a cena de alguém me preguntando, assim, casualmente:
"-Então, o que fez no fim de semana?
-Ah, bem...sexta-feira eu dormi cedo. No sábado joguei carta com meus pais, preparei um cheesecake, fiz um macarrão à carbonara que estava daqui, ó! Depois passei a noite ouvindo Frank Sinatra, tomando vinho branco e assinto Casablanca e Dr.Zhivago.
-Hmmm...tá!!!"
Não...eu não sou uma menina comum de vinte anos. E não me venha dizer que elas não estão por aí na night, enchendo a cara, se acabando de dançar e pegando geral, porque sim, elas estão. Mas tenho uma alma velha e um pouco chata, muitas vezes. Gosto de casa, família, bicho, filme e cobertor. Carinho, debate, conversa existencial. É essa velhice precoce que me atinge.
Não...eu não sou uma menina comum de vinte anos...e gosto de não ser. Me preocupo demais, analiso demais, espero muito de mim mesma, mesmo sabendo que não é hora, que não tem razão. Sim...eu leio livros de história, ouço B.B King, cozinho pratos elaborados só para mim e passo o sábado a noite em casa, sozinha, tomando vinho e assistindo filmes mais velhos do que minha própria existência.
Talvez algum dia alguém goste disso em mim tanto quanto eu...e meus pais. Ah, sim! Eles dão graças.
sou eu aí nesse texto. (só tirando a parte das comidas elaboradas :x)hahaha
ResponderExcluirsó faltou dizer que vai sempre ao bingo!
ResponderExcluiradorei o post =)
eu gosto.
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