terça-feira, 10 de novembro de 2009

Embora.

Seu coração pulou do peito e decidiu fugir sem deixar vestígios. Tudo o que sobrou foi uma mistura de sentimentos que nem ela mesma sabia explicar. As lágrimas caiam sem licença, sem aviso. Brotavam incontrolavelmente dos olhos já vermelhos e inchados. Faltava-lhe o ar. As pernas tremiam, sem forças para manter-la em pé. As mãos geladas denunciavam um desespero impossível de se conter.
Seu mundo agora era de um cinza escuro, quase chumbo, e tinha o mesmo peso em suas costas. No armário as únicas lembranças do tempo em que mesmo triste ela estava feliz.
Acabou acreditando em ilusões que hoje vendam seus olhos para o sol que brilha lá fora. Um sol opaco e sem cor, mesmo no dia mais bonito.
Anda pela rua com um sorriso no rosto e os olhos marejados. A única denúncia de que guardava algo a sete chaves no peito apertado.
Hoje o travesseiro era seu único confidente.
Hoje ela só quer uma coisa...que passe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário