quarta-feira, 23 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
Even for me.
“O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até para mim”.
L.N.
S.M.
Se eu tivesse que pintar o que estou sentindo agora usaria cores muito brandas, quase em tom pastel.
A maré decidiu baixar no meu mar, trazendo com ela uma calmaria que me inebria e me consome, como uma corrida bem longa. Já não sinto muito minhas pernas e o suor deixou de escorrer em meu rosto não só pelos dias mais frios. Estou mais consciente do meu estômago, não pelas borboletas, mas sim pela falta delas. Não tenho mais medo, não sinto mais as batidas descompassadas do meu coração que corriam desenfreadas ao menor sinal de qualquer coisa.
As pedras portuguesas das calçadas de minha rua continuam no mesmo lugar, irregulares, desbotadas. As crianças do colégio em frente fazem o estardalhaço típico e a música clássica da escola de balé ao lado continua a tocar alto, todos os dias, até as dez e cinqüenta da noite. As folhas pararam de cair e os ventos ficaram mais fortes. O inverno chegou como um suspiro brando que arrepia minhas costas quando acordo. Readquiri o velho hábito de dormir com as cortinas abertas, assim posso sentir o calor do sol fraco que invade minha janela todo manhã e que me reconforta como um cobertor macio. Os dias têm amanhecido menos nublados, ou talvez meus olhos estejam enxergando melhor as cores. Não sinto mais a ausência porque a ausência em si não existe dentro de mim. O vazio deu lugar a um espaço. São coisas completamente diferentes, entende?
Tenho esmalte vermelho em minhas unhas roídas não mais por ansiedade, mas por costume...fazia muito tempo que não usava o Carmim. Os cachos já voltaram aos meus cabelos que hoje atingem minha sexta costela. Mal posso senti-la, pois os doze quilos voltaram a fazer parte da minha silhueta tipicamente voluptuosa. Herança paterna da família, as coxas grossas.
Os saltos estão reinando mais uma vez em meus pés, assim como tudo que era meu.
Respiro fundo a todo segundo, suspiro com um bebê entediado. Respirar para mim é como uma catarse, porque agora sinto – realmente - o ar bater em meus pulmões, como uma pluma quando toca a pele. Não é mais cortante, é fácil...e se respirar é tudo o que preciso, já tenho, em mim,
tudo.
L.N.
S.M.
Se eu tivesse que pintar o que estou sentindo agora usaria cores muito brandas, quase em tom pastel.
A maré decidiu baixar no meu mar, trazendo com ela uma calmaria que me inebria e me consome, como uma corrida bem longa. Já não sinto muito minhas pernas e o suor deixou de escorrer em meu rosto não só pelos dias mais frios. Estou mais consciente do meu estômago, não pelas borboletas, mas sim pela falta delas. Não tenho mais medo, não sinto mais as batidas descompassadas do meu coração que corriam desenfreadas ao menor sinal de qualquer coisa.
As pedras portuguesas das calçadas de minha rua continuam no mesmo lugar, irregulares, desbotadas. As crianças do colégio em frente fazem o estardalhaço típico e a música clássica da escola de balé ao lado continua a tocar alto, todos os dias, até as dez e cinqüenta da noite. As folhas pararam de cair e os ventos ficaram mais fortes. O inverno chegou como um suspiro brando que arrepia minhas costas quando acordo. Readquiri o velho hábito de dormir com as cortinas abertas, assim posso sentir o calor do sol fraco que invade minha janela todo manhã e que me reconforta como um cobertor macio. Os dias têm amanhecido menos nublados, ou talvez meus olhos estejam enxergando melhor as cores. Não sinto mais a ausência porque a ausência em si não existe dentro de mim. O vazio deu lugar a um espaço. São coisas completamente diferentes, entende?
Tenho esmalte vermelho em minhas unhas roídas não mais por ansiedade, mas por costume...fazia muito tempo que não usava o Carmim. Os cachos já voltaram aos meus cabelos que hoje atingem minha sexta costela. Mal posso senti-la, pois os doze quilos voltaram a fazer parte da minha silhueta tipicamente voluptuosa. Herança paterna da família, as coxas grossas.
Os saltos estão reinando mais uma vez em meus pés, assim como tudo que era meu.
Respiro fundo a todo segundo, suspiro com um bebê entediado. Respirar para mim é como uma catarse, porque agora sinto – realmente - o ar bater em meus pulmões, como uma pluma quando toca a pele. Não é mais cortante, é fácil...e se respirar é tudo o que preciso, já tenho, em mim,
tudo.
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